RBD em São Paulo: gritos histéricos e declarações de amor
"RBD, eu te amo!" era o grito que saía da garganta das cerca de seis mil pessoas que foram ao Via Funchal, em São Paulo, na noite de sábado (10) ver o sexteto mexicano em mais uma passagem pelo país - a mais recente foi há um ano. Desta vez, o grupo surgido a partir da novela "Rebelde" trouxe na bagagem músicas de seu mais novo álbum, "Empezar desde cero".
O repertório está mais encorpado – e o figurino das integrantes, ainda mais curto. "Não acho que elas sejam ousadas demais", diz a estudante Thaís Leine Zancheta, 13 anos, cuja cantora preferida é a loira Anahí. "Gosto muito de todos eles, mas ela é linda", derrete-se. Thaís e a prima, Daniele Cristine Zancheta, de 17 anos, foram ao show acompanhadas da amiga Ana Dulce Arruda dos Santos, de 26. "O sonho delas é se vestir assim", diz a bióloga, que gosta mesmo de pagode e MPB.
Se antes a moda entre as fãs de RBD era usar as gravatinhas e saias ao estilo de suas cantoras preferidas no início da carreira, agora a coisa ficou mais séria. Algumas delas, como a estudante Letícia Rebeque, ostenta na nuca uma tatuagem com o nome de Anahí dentro de uma estrela. "Fiz há um ano e nunca me arrependi", conta Letícia, que veio em uma excursão de Birigüi, no interior paulista, com a amiga Daiane da Silva, de 15.
Natália Najjar, estudante de 14 anos estrategicamente posicionada em um bom lugar de frente para o palco, ao lado da moça, discorda: "gosto muito do grupo, mas não a ponto de tatuar o nome deles", fala. "Acho que se fizesse uma tatuagem, me arrependeria. Porque tem coisas que eu gostava, como a Xuxa, e não gosto mais. O RBD também vai passar", argumenta a fã, cujo integrante preferido é Christopher Uckerman. "Ele é a minha vida."
Ela e a irmã, Samira Najjar, de 15 anos, viriam uma apresentação do RBD pela segunda vez. "Eu queria ter ficado mais perto do palco, mas acho que vai ser animado mesmo assim", empolga-se a estudante, que tinha comprado o ingresso há cerca de 40 dias. Ela conta que sua mãe trabalha no aeroporto e acabou conseguindo um autógrafo. "Eu fico normal", diz. "Eu não choro, só grito."
Vestido com uma camisa preta e um estiloso chapéu, Vinicius Lima, de 20 anos, faz parte da ala masculina de fãs do grupo. "Gosto de RBD desde o começo da carreira, principalmente do visual", diz ele. "Mas não me inspiro em ninguém na hora de me vestir", explica o garoto, dizendo que sua música preferida é "Incanzable". "Mas não pede pra cantar, porque isso eu não sei fazer", despista.
As luzes se apagam, e os gritos se tornam insuportáveis. O sexteto abre o show com "Fui la niña", "Money money", "Me voy" e "Dame". Na seqüência, há espaço para alguns medleys e ainda um coro de parabéns pelo aniversário de Anahí. Entre um bloco e outro, os integrantes desmancham-se em demonstrações sentimentais. "Brasil, eu te amo!", era a frase mais ouvida, mas o ponto alto foi "o México pode estar longe, mas nosso coração está perto de vocês". Lágrimas pela platéia.