Christian e Gloria estão felizes com a entrada do novo século. A administração George W. Bush acabou e há a esperança de que as coisas melhorem com Barack Obama. Há uma terra prometida e o casal viaja em busca deste destino, mas nada é fácil.
Christian se sente frustrado por não conseguir fazer a diferença. Após sucessivas derrotas, é pessimista: sai Bush, entra Obama, e nada vai mudar. Uma mistura de sentimentos antagônicos. É assim o novo álbum do Green Day, 21st Century Breakdown, uma ópera-rock dividida em três atos: “Heroes and Cons”, “Charlatans and Saints” e “Horseshoes and Handgrenades”, contando a história de Christian e Gloria.
O disco nem bem estreou e atingiu o Top 200 da Billboard, com 215 mil álbuns vendidos. A mesma coisa aconteceu em 2004, com American Idiot.
Nas 18 canções, Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool não perdoam ninguém. A revolta fica clara nas últimas músicas, nas letras de “21 Guns”e “See The Light”.
Na primeira, o trio californiano pergunta: “Você sabe se está lutando para valer, quando não vale a pena morrer por isso?” As tradicionais pegadas do punk rock do Green Day do passado são intercaladas pela maturidade musical já apresentada no último álbum.
Por isso, há semelhança de um disco com o outro - o que não significa que seja ruim, muito pelo contrário. Tanto em 21st Century Breakdown, que abre o disco, quanto em “Know Your Enemy”, que vem em seguida, o ritmo é rápido, característico da banda. Nelas, fica clara a mensagem que Billie Joe quer passar.
No refrão de “21st Century”, ele grita: “Minha geração é zero. Nunca me dei bem como um herói da classe trabalhadora”. A terceira e a quarta faixa apresentam Gloria e Christian. Ambas começam como uma balada para descambarem no final para o rock.
O segundo ato é aberto por “East Jesus Nowhere”, talvez uma das melhores do álbum, seguida por “Peacemaker”, canção que abusa de violão e bateria.
Quase todas as músicas deste ato seguem o ritmo de baladas, como no caso de “Restless Heart Syndrome”, aberta com um solo no piano. A surpresa está no terceiro ato, quando a banda mostra que não esqueceu o punk rock
Dividido em três partes, portanto, o álbum mostra as diferentes vertentes da banda que não cansa de se reinventar.
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