Acorda o dia com cheiros de inverno,
o Sol, tímido, apenas se faz notar
por entre a folhagem húmida da floresta.
Estou à muito acordada,
esperando que o dia chegue.
Cruzei a noite, que se vestiu de mim,
na plácida tranquilidade do seu silêncio.
Espero agora pelos sons do dia.
O cansaço massacra o corpo,
mas os espírito sempre desperto não cede,
força-me a estar acordada,
mesmo quando estou a dormir.
Durante o dia o corpo onde vivo, labuta,
incessantemente, de noite, a alma que nele habita,
deixa o seu corpo dormir,
fazendo-o estar acordada para sonhar.
Encontro a paz, no silêncio das manhã frias,
nos dias chuvosos de Inverno,
ou, na calmaria das noites de Primavera.
Sempre aqui, sentado no meio da floresta encantada,
sob a sombra destas árvores milenares,
olho os dias e escuto as noites,
que passam, nesta dimensão fantástica
que caminha par a par com a realidade,
sem se tocar.
Espero pelas primeiras gotas de chuva,
que hão de lavar-me o corpo,
limpar-me a alma e adormecer-me o espírito,
para que se purifique e renasça
para um novo momento de vida.