Eu tenho a péssima mania de querer escrever
sem saber o quê.
Fico com os dedos no teclado,
olhando para a tela e às vezes as palavras tentam sair,
mas ficam desmotivadas com minha cara
e se escondem.
Dá vontade de exprimir/espremer,
como qualquer cabeça de prego que se possa ter.
Meu quarto está uma bagunça,
eu preciso pensar,
eu preciso emagrecer,
eu preciso me organizar,
eu preciso sair e correr...
correr... correr pra bem longe daqui.
Sabe a vontade de ir para o lugar mais desértico do globo?
É a minha. O morro mais alto das redondezas.
Olhar as luzes, não ver as pessoas...
tudo se torna tão pequeno:
até mesmo qualquer problema que se possa ter.
Aos escritores, isso deve ser comum.
Já tinha lido sobre alguma crônica que falava sobre isso,
mas não lembro se de Fernando Sabino ou Érico Veríssimo.
Vai ver, era de Moacyr Scliar.
Ele falava que foi num dia assim,
sem inspiração,
que ao sair sozinho pra comer,
numa dessas bodeguinhas,
ele viu uma cena marcante,
que o fez escrever a melhor crônica de sua vida.
Falta de estar só não deve ser meu caso
Será que é de ver cenas marcantes?
Não. Acho que é só falta de inspiração mesmo.
Acho que sou uma artista de mente conturbada no momento.
E vocês sabem que em congestionamento as coisas demoram para andar.
Apareci aqui tantas vezes e abri a caixa de postagem.
Mas não dei nenhuma cria.
Por isso postei.
Postei por saudade.
Postei por desabafo.
Postei empurrando as coisas da minha cabeça.