Ontem estive a pensar...
Se existem tradutores de línguas,
até das mais absurdas línguas,
Se há sempre quem nos ensine inglês,
espanhol, francês, português...
Então...Porque não há quem nos ensine
a linguagem do coração?
Porque é que, havendo tantos tradutores de línguas,
Não vêm os corações também com um tradutor
ou com um livro de instruções?
Que linguagem é essa que
tão pouca gente sabe traduzir?
Ou então... seremos nós mesmos
os tradutores do nosso coração?
Isso de traduzir o coração não é nada fácil...
começo a crer que é impossível.
Talvez a linguagem do coração seja incompreensível.
Cabe a nós explicá-la e traduzi-la,
mas nem os sábios sabem realmente
o que os corações dizem.
Os corações são meninos caprichosos,
mimados, sensíveis, fracos.
Podem ser fortes, maus, bons...
Mas nunca compreensíveis.
O meu coração é o de uma menina-mulher,
sensível, sofredora, incapaz, que faz tudo errado...
que magoa o coração com medo de magoar-se.
Queria um tradutor que o conseguisse traduzir.
Seria bom se um tradutor nos dissesse:
"O coração quer isto... o coração quer aquilo."
"Isto é bom para o coração."
"O coração vai sofrer com isto,
o coração vai ficar feliz com aquilo".
Seria tudo bem mais fácil, não seria mesmo?
Talvez aí houvesse felicidade! TRADUTOR...
Conseguirei eu algum dia traduzir o meu coração?
E tu? Conseguirás traduzir-me,
palavra por palavra,
letra por letra, palmo por palmo.
Não sei. O meu coração é como uma porta:
tudo dentro dele me grita,me pede socorro,
mas eu não tenho a chave para o abrir. O coração...
bicho-do-mato, coisinha ruim.
Tradutor, alguém tem?
Quando a gente pensa que sabe todas as respostas,
vem a vida e muda todas as perguntas.