eu vacilo e sinto-me mal.
sinto-me pior porque
te arrasto para
o terreno dos meus próprios medos e,
no entanto, amo-te
de forma avassaladora.
por isso tenho medo.
o medo de te perder.
o medo que seja apenas uma
paixão passageira
na tua vida.
o medo da tua necessidade
de constante mudança.
o medo do teu cansaço permanente
e constante com as pessoas.
serei eu mais uma delas?
o medo da tua necessidade
constante de evolução.
será que te vou refrear?
o medo do teu medo o medo da tua reserva.
quantas vezes,
o confundo com menor intensidade...
o medo de sofrer...
e, no entanto, como tem sido exaltante
ter descoberto de novo o amor,
tantos meses depois e quando julgava
que ele tinha partido de vez e,
como me sinto feliz, apesar de todos os medos...
ontem disseste,
"amo-te".mesmo sabendo tudo,
não te consegui responder,
porque foi o momento mais
belo que vivi contigo.
mergulho em vertigem para os abismos
de um amor sem tempo nem medida.
arrasto-te comigo e ambos somos medo,
carne e frémito.
saberemos sair do nosso próprio medo?