Quebro-te o tempo
Como quem rebenta correntes
Como quem mata saudade
Sem fim ou finalidade
Do que vemos e não sentimos...
Digo-te as palavras
Que te rasgam a roupa
Que te escondem de mim
Sem pudor ou brio
Onde o orgulho se fere
De Morte ou Suicídio
Sempre que partilhamos sonhos
Ou desejos...
Apenas e tão somente...
Sentes o calor do meu suor
A força das minhas mãos
E os espinhos do meu corpo
Que te forçam a sentires-me
E a consumires-me como vício
Que não se liberta sem sofrimento...
Agarras-me a carne...
Viras-me para ti e entras-me
Pelas mãos... pela pele rasgada...
Julgas-me inocente... numa culpa criteriosa
Ilusão... Pura ilusão...
Abre os olhos... sou apenas uma escultura
De pedra quieta apagada
Sem vida... sem coração... sem alma...
Sem consciência de passados
Nem vontade de futuros...
Deixa-me... Permite-me...
Possibilita-me a Dor da Morte...
Não sou quem pensas, nem quem desejas...
Sou apenas mais um dos Fantasmas incandescentes
Que te atormentam o sono
E um dos Esqueletos no armário da memória
Que tentas queimar vivo
E apagar vestígios soltos
De uma realidade inventada há séculos...
(autor desconhecido)
Danço nos teus braços...
Balanço o teu corpo... profundo!
Deixo-me levar pelos teus olhos e pelas tuas mãos!
É saudade, é tempo... que te dispenso,
Enquanto penso...
Quero-te estarrecido perante mim,
Perante o espaço privado que te revelo!
Quem fica perplexa sou eu...
Mediante desejos...
Há três dias que não durmo... só sonho!
Amanhã acordo para outra Vida!
Quero segurar as tuas mãos
Percorrer-te até às pontas dos teus dedos
Enrolar os meus braços nos teus cabelos...
Quero misturar a minha pele na tua
E ecoar a minha voz em ti...
Quero-te a ti... no todo... em tudo!