No fundo, vemos o que queremos, da forma que melhor nos convém. A realidade será outra coisa qualquer, nem concreta nem definida, algo elástico, variável em função de factores inconstantes como a luz, o ponto de observação ou a capacidade cognitiva do sujeito, por exemplo. No fundo, nada do que parece é de nada do que é realmente temos absoluta certeza. E ainda que acreditássemos na realidade tal como a observamos, erraríamos, porque a verdade é inatingível como a essência do tempo, que só usamos de forma conceptual por uma questão funcional e porque temos absoluta necessidade de medir o universo à escala humana. Porque não sabemos de onde viemos nem para onde vamos. No fundo, a dúvida define-nos como espécie viva. No fundo, a maior parte dos mortais não tem a menor ideia do seu propósito de vida. Respiram apenas um dia atrás do outro. A realidade é o que cada um conseguir perceber de si próprio na sua relação com o mundo. No fundo, o Amor é um estado avançado de percepção do ser.