Tenho alma, sei que a tenho por tudo o que vivo e
a intensidade
com que sinto o que vivo no tudo como no nada.
Porque me são
absolutos a alegria e a tristeza,
a saudade e o amor. Porque o meio caminho
entre uma
e outra coisa não me serve nem me esgota.
E gosto do imprevisível, das coisas que
acontecem porque acontecem
e do sobressalto que me deixa sem chão e com vontade de andar
Gosto de horas que não espero
e do que aprendo nos
entretantos sem contar com isso.
Gosto da surpresa de quem se encontra
num abraço não planeado
e das pessoas que se dão com a
sinceridade
que o tempo não constrói nem desgasta.
Gosto da intensidade
do imprevisto e da urgência do inesperado de quem me
toca a alma como prova de
vida e se sente livre para abraçar os dias
para além do planeado.