Amanhã ou depois hei-de lembrar horas
que me escaparam ou que, negligentemente, perdi.
Amanhã ou depois hei-de voltar ao princípio de mim
e encontrar-me no tempo perdido ou recomeçar-me no tempo reencontrado.
Amanhã ou depois hei-de ficar até que a luz se apague
como quem chega ao fim da vida certo do infinito na alma.
Amanhã ou depois vou cumprir-me com princípio,
meio e fim no sentido absoluto em que sei que sinto,
logo existo.