O espelho reflecte o que falha na expressão do pensamento.
Não a realidade em si,
mas um aspecto do real mais rápido do que o pensamento.
Porque o tempo nos acrescenta ou nos diminui,
somos apenas por um segundo essa essa imagem que o espelho nos retrata.
Não somos mais do que uma soma de brevidades em que a toda
a hora nos acontecemos diferentemente e de forma irrepetível.
Não existem dois segundos iguais,
não existem segundas oportunidades.
Tudo o que acontece é uma estreia absoluta,
mesmo que acreditemos o contrário.
Estreamos cada minuto que passa com o que transitamos
do minuto anterior, somos diferentes em cada instante
porque o tempo será sempre outro. Não nos repetimos,
há uma espécie de velhice que nos assiste segundo a segundo.
Tudo existe como uma oportunidade única.