E nada ligaria se um precipício se abrisse,
Se nas lagrimas me afogasse, se me perdesse no caminho escuro.
Não ligaria se o dia virasse noite, se o sol nunca fosse posto
E a neve encobrisse quem sou…
E nada adiantaria implorar por amor,
Mostrar minha dor, porque ninguém mesmo ouviria…
E não viria mais pelo mesmo caminho buscando algo que cessasse a dor,
E não sorriria mais ao ver algo que inflamasse meu ser,
E não imploraria por um floco de neve se quer…
Do que adiantar ser alguém, se nem sorrir me basta mais?
E o que adianta ter palavras certas, abraços confortantes se o que meu ser frio precisa, não encontra?
E o que me resta; ao saber que mesmo nesse sombrio absurdo sou sozinha sou absurdo sou contradição no mundo?
Onde estará a resposta afinal? Onde ficará meu coração? Num punhal?
Talvez se essas meras palavras me saciassem,
Talvez se somente o frio me confortasse,
Talvez se o próprio existisse as coisas não fossem bem assim
Mas…
Lágrimas caem, mais uma noite se vai e eu fico aqui a vagar sozinha,
Buscando salvação para um caminho difícil,
Buscando cura para um não sorriso,
Buscando amor, num mundo absurdo,
Procurando explicação para um ser confuso…