Encontraste-me, entre os junco...
... naufraga de mim própria...
...mergulhada no mar imenso onde meus sonhos andavam à deriva.
Pegaste-me em teus braços e levaste-me para a margem,
na praia da vida, onde me beijaste os lábios
tentando ressuscitar-me com o calor da tua boca,
com o ar de teu peito.
Meu corpo, despido de vida,
permaneceu inerte, envolto na areia.
Entre mãos despojaste-te de um pedaço de alma,
que serenamente colocaste sobre meu peito,
soprando novamente em meus lábios, o doce néctar,
um sopro de palavras feitas de vida.
Abri os meus olhos, que se encontram frente aos teus,
ofusca-me o brilho do teu olhar.
Teus braços, sentem o pulsar do sangue que me percorre as veias,
e sentes o ar adentrar-se no meu corpo.
Sinto teus braços envolver-me,
o toque de nossas peles aviva-nos os sentidos, elevando-nos.
O calor apodera-se dos corpos que se enlaçam num abraço profundo.
A vida é agora dividida entre nós...
...partilhamo-la como se sempre nos tivesse pertencido...
...e nos lábios nasce o sorriso, que amanhece a noite...
... na aurora dos novos tempos.