Tem gente que se encanta por quem parece ter tudo no lugar, por aquele tipo que é muito seguro de si, cheio de certezas, voz firme, postura ereta. Eu sempre vi beleza em gente vulnerável, gente que sente e sente muito, que sofre, se decepciona, mas não foge da raia, continua acreditando que sentir é a melhor parte de viver. Essa gente sempre me interessou, talvez porque eu me reconheça mais neles do que em qualquer outro lugar. E pensando nisso, eu afirmo: Os desolados me atraem, enquanto querem por aà os seguros de si, enquanto tantos se atraem pelos super-heróis, pela postura ereta, o olhar altivo, a voz impostada. Eu quero os frágeis, os sensÃveis, não os fracos, os românticos, caÃdos e derrubados pelas dores do mundo. Eu não quero os infalÃveis, quero os falidos, os derrotados da última batalha, mas ainda crédulos na guerra, porque a vida é luta constante. Eu quero os que como eu choram dilacerados, mas não desistem. Eu quero carne, osso e coração. Eu não quero armas, nem armaduras, quero os desarmados que vão pela vida de peito aberto. Porque o que mais me comove é ver alguém que mesmo ferido, ainda escolhe amar, não por fraqueza, muito pelo contrário, mas porque entendeu que ainda há muita força no amor.
— .(Escrito dia 18/07/2025, às 18:19).