Às vezes, a gente esquece que a relação mais longa da nossa vida é com nós mesmos. É fácil se distrair com os barulhos do mundo: Com os likes que vêm e vão, com os encontros e as festas, com as metas e as conquistas. Mas, em algum momento, o silêncio precisa ser encarado — E, se olharmos com carinho, ele não assusta tanto assim. Amar a própria companhia é uma construção diária e despretensiosa. É um sorvete tomado sem pressa, um filme assistido sozinho no sofá, a coragem de olhar para nossas sombras e nossos buracos… E também a generosidade de se acolher em meio a tantos erros e imperfeições. Não existe fórmula mágica para gostar de estar só. Começa com pequenos gestos: Cozinhar algo que você gosta, mesmo que ninguém vá provar; Dançar no quarto sem se preocupar com os passos errados; Rir das próprias piadas — Porque, quem disse que você precisa de plateia? Aos poucos, você vai descobrindo que a solidão, quando bem cuidada, vira liberdade. E liberdade é um presente raro. Claro, haverá dias em que a solidão vai pesar. Tudo bem também. Amar a própria companhia não significa estar sempre bem, mas saber acolher as próprias dores sem se abandonar. É respeitar os dias nublados e aproveitar os de sol — Porque eles sempre se alternam, como as marés. No fim das contas, amar a própria companhia é entender que você é o seu porto seguro. É construir um lar dentro de si, onde você pode se abrigar nos dias bons e ruins. E, quando você consegue criar esse lugar, o mundo lá fora fica mais leve… Porque você sabe que, não importa onde esteja, sempre terá a melhor companhia do seu lado: Você.

— .(Escrito dia 30/06/2025, às 19:36).