O menino, o coelho e a estrela {...}
Já era noite quando o vi,
Aquele menino parecia encantado,
Deitado no chão, olhando as estrelas,
Às vezes soltava gargalhadas.
Eu que sempre passava apressado,
Demorei-me ali, entre curioso e preocupado,
O que faz este menino uma hora destas,
Sozinho a olhar as estrelas?
Após um tempo, olhava eu as estrelas,
Já não vigiava o menino,
Fiquei ali, por um tempo,
Imerso em meus pensamentos.
Nossa, há quanto tempo eu não olhava as estrelas,
Há quanto tempo eu não lembrava,
Há quanto tempo eu não sorria,
Só pelo simples fato de perceber,
O quão lindo é o universo,
O qual absurdo é viver,
E mesmo assim querer.
Eu quero, quero muito…,
Eu te quero,
Não duvides, eu te quero,
Quero muito,
Mas acima de tudo, quero esta vida plena,
Emocionei-me ao pensar em ti,
Emocionei-me ao pensar em mim.
Moço, moço… moço!,
Gritou o menino ao meu lado,
Assustei-me, já esquecido do menino ao meu lado,
Voltei ao corpo e olhei o menino.
Boa noite!, eu disse,
E o menino: Moço, você viu o coelho, também?,
Pulava de estrela em estrela… mas sumiu,
Brilho nos olhos, fala agitada,
Vi sim, finalmente ele achou seu lugar,
e entrou na estrela mais brilhante.
— Luiz Pereira