A cura faz você perceber que algumas pessoas não merecem estar perto de você, não importa o quanto você as ame. A maturidade bate de frente com esse lugar dos amores que criamos, porque você se torna mais consciente sobre as relações e, principalmente, sobre a sua relação consigo. Seus limites estão estabelecidos e você já consegue enxergar que nem todo amor foi feito para caminhar com você. Dói, mas é uma verdade.
Vão existir relações onde você vai precisar construir uma barreira maior entre você e o outro, porque a proximidade suga e mina o que existe de melhor na sua jornada. E não é sobre menos amor ou mais amor, mas sobre autocuidado. Uma parte muito importante da maturidade é compreender que, para algumas relações e para continuar um sentimento saudável, a melhor coisa é a distância. Não é somente sobre relacionamentos amorosos, mas sobre todas as relações. Você pode amar muito seus pais, mas eles podem te fazer mal e então você cria uma distância para que o amor continue a existir. Ou amar um amigo, mas essa pessoa ser alguém que não vai conseguir caminhar na sua jornada.
Preservar as nossas relações implica em colocar as pessoas em cada caixinha e começar a dividir onde cada um pode ocupar. E está tudo bem você continuar amando alguém de longe, porque essa pessoa já não é compatível com o seu novo eu, como forma de proteção e também para conseguir preservar os resquícios das coisas boas. O amor tem muitas facetas e é tão complexo quanto o sentir, por isso a gente entra em conflito ao pensar em “amor X distanciamento”. Somos ensinados que o amor tudo suporta e prevalece no presente, mas ser consciente tem outras nuances, sendo conflituoso aceitarmos isso.
Entender isso é muito complexo, porém preserva muito o nosso bem-estar. Aquela coisa de “Te quero bem, só não quero na minha jornada.”
Matheus Vieira