Hoje ouvi palavras que parecem terem vindo dos céus. E quem disse que não vieram? Palavras descomplicadas, encantadoras e envoltas de esperanças, que pousaram sobre mim e disseram que eu não deveria me distanciar do amor que tanto busco nutrir por mim mesma. Palavras esperançosas que foram sapatos confortáveis em uma caminhada de estrada de terra, sob um sol que parecia não se pôr.
Essas palavras atiradas dos céus como flecha no meu coração me lembraram como ainda há espaço para redescobrir novas maneiras de me apaixonar por mim mesma. Eu posso aceitar as cores que habitam o meu Ãntimo – até mesmo as mais sombrias – e deixar florescer um autocuidado que precisa continuar além da primavera. Por mais que carregue hiatos entre a visão insignificante que tenho de mim mesma e o amor verdadeiro pelo que realmente sou, me apaixonar pela minha presença neste mundo é algo que sei fazer e posso fazê-lo com fervor. Principalmente porque sei que ninguém pode me amar por mim.
Estou preparada para me observar com candura e também para aprender, por mais dolorido e repetitivo que seja. Por mais que muitas vezes tenha olhado para o céu e questionado o meu cansaço de sempre estar aprendendo e reservando pouco tempo para de fato ser feliz, continuo aceitando tudo o que necessito para me conhecer, me apreciar e me valorizar de verdade.
Não quero dizer que me amo profundamente sem antes me conhecer. Caso contrário estaria amando uma imagem de mim mesma e não o que realmente sou. Preciso descobrir quem sou, o que sinto e como sinto, observando todos os meus aprendizados com a gentileza necessária. Porém, olhar para trás com aprendizado é diferente de revisitar o passado com arrependimento. Não posso nunca culpar o meu “eu†não amadurecido somente para acarinhar meu “eu†presente.
Me apaixono pelos meus detalhes, caminho em busca do amor-próprio diariamente e gosto do cheiro da comida que preparo para mim mesma. Momentos de reflexão como este são especiais para nutrir a esperança que tenho em descobrir um jeito calmo de me amar assim como vejo a vida.