Há muitas histórias infantis que contam sobre seres mágicos que dariam à pessoa sortuda o direito de realizar três (ou mais) de seus maiores desejos. E podemos até pensar: Imagina que incrÃvel se nós também tivéssemos esse poder? PoderÃamos perguntar à s pessoas que amamos quais seus desejos e presenteá-las com a realização de todos eles! Mas, no contato com a realidade, esse super poder nos apontaria outros desafios.
Um deles, é que muitas das vezes, mesmo que tivéssemos tal poder, a pessoa pode não saber quais são seus maiores desejos. E aÃ, como concretizar o que o outro mesmo não sabe de si? Ou pode ser que a pessoa tenha nitidez de suas vontades, mas não queira receber de presente a realização pronta de seus sonhos. Neste caso, esta concretização, na verdade, roubaria da pessoa o gosto do processo, do caminho, pois há dimensões que não se pode terceirizar.
Apesar disso, é fundamental que mesmo a singularidade seja coletiva, acompanhada, amparada. Por isso, nessa lista de desejos de final de ano, é uma folha em branco que entrego a quem amo, a quem tenho apresso, a quem me são importantes, os que fecham comigo. Não tenho e nem quero ter o poder de realizar os sonhos alheios, mas há outras magias possÃveis, como a de incentivar que continuemos desejando, mesmo que não se realize; Que continuemos querendo, mesmo que não ocorra como imaginávamos.
Afinal, esse tipo de magia, de compartilhar a vida, só os vÃnculos reais conseguem ter.