Se dissessem: Infelizmente o João de Barro não vai mais poder se entender como pássaro, afinal mora na cidade! E mais, atreve-se a morar em grandes centros urbanos, em postes de luz elétrica, algo muito moderno pra uma ave. Pássaros de verdade mesmo são os que moravam em florestas em 1500. Hoje em dia esses que se dizem pássaros são tudo ave falsa.
Nós responderíamos: Não é o João de Barro que está fora do seu lugar, é o poste de cimento que invadiu sua morada. Não é o João de Barro que está "Fora" da natureza, ele é a natureza. Suas penas, seu bico, sua vidinha é parte da existência tanto quanto o vento, o rio, a chuva são parte dele, e de nós. O João de Barro tem memória, sabedoria e sabe a quem pertence, sabe de onde veio e para onde ir.
Em cada João de Barro, formiguinha, em cada gota d"água, em cada nuvem e em toda noite. Somos parte e ser parte é infinito.
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