Solidão. Essa palavra carrega em si um peso que faz muitos corações se contraírem. Mas quero compartilhar com vocês uma ideia que cultivo sobre como a solidão não precisa ser triste. Ela pode ser, na verdade, uma companhia preciosa. Nesses instantes em que me encontro unicamente na presença de mim mesmo, eu aprendo muito. Sou ao mesmo tempo mestre e aprendiz. Vejo meus medos, minhas angústias, meus sonhos, meus desejos. É um encontro sincero, daqueles que só acontecem quando você tem a coragem de olhar para dentro de si. E, quer saber? Não é triste. Às vezes é desconfortável, isso sim. Encarar nossas inseguranças e dúvidas não é indolor. Mas a solidão me ensinou que, quando me permito ficar comigo mesmo, começo a aceitar e amar cada parte do meu ser, inclusive aquelas que eu costumava ignorar ou rejeitar. E quando consigo amar o meu íntimo, me sinto bem onde quer que eu esteja. Aos poucos, o desconforto de olhar para as sombras se transforma na calma de estar bem na própria pele. Na solidão, percebo que não preciso ser perfeito, que está tudo bem errar, ser vulnerável, sensível ou intenso. Posso escolher o rótulo, o diagnóstico ou o adjetivo que mais fizer sentido e, não importa: está tudo bem. Está tudo bem em ser eu, do jeito que sou, sem máscaras, sem pretensões ou planos mirabolantes para abrir meu coração. E é nesse lugar, dentro do lar que carrego dentro de mim, que eu encontro uma paz que transcende todas as compreensões. Cultivar a solidão não é sobre estar fisicamente sozinho, é sobre entender que há um universo dentro de cada um de nós, repleto de estrelas brilhantes e buracos negros, de amor e medo, de alegrias e tristezas. E cada um desses elementos compõe quem somos, cada um deles tem a sua importância. E valem a pena ser vistos e visitados. Então, se a solidão bater à sua porta, ou a solitude como muitos gostam de chamar, mas eu prefiro me furtar, não tenha medo de deixá-la entrar. Ela pode trazer consigo lições preciosas, momentos lindos de encontro e descobertas. A solidão não precisa ser triste, ela pode ser uma oportunidade para se redescobrir, para se reencontrar, uma reconexão para se amar de uma maneira mais profunda e sincera.