Por muitos anos, eu fui movido pelo turbilhão dos dias agitados, pela pressa incessante e pelas alegrias intensas que, de alguma forma, pareciam preencher um espaço que eu ainda nem sabia que existia em mim. Buscava emoções em alta voltagem, aventuras que me tirassem o fôlego e relações que, mesmo intensas e apaixonantes, muitas vezes me deixavam com um vazio silencioso no final. No entanto, pouco a pouco, comecei a valorizar os momentos de quietude, aqueles pequenos instantes em que o mundo parece suspender sua agitação e tudo se acalma, mesmo que brevemente. As manhãs lentas com cheirinho de café, as músicas que tocam baixinho e embalam meus pensamentos e sonhos, os banhos com as luzes apagadas e as conversas profundas e tranquilas que se desenrolam com quem amo. Turbulências e tempestades, que para mim eram quase como marcas de honra de uma vida vivida intensamente, passaram a perder seu brilho. Em seu lugar, surgiu uma simplicidade doce; pelo silêncio e pela arte de estar verdadeiramente presente.
Escolher a paz não significa renunciar às paixões ou perder a agitação da vida. Significa, sim, escolher um caminho onde a calma e a tranquilidade não são apenas destinos, mas companheiros de jornada. Significa abraçar uma maturidade que não se reflete apenas em anos vividos, mas na sabedoria de saber o que realmente importa. Chega um ponto em que a agitação constante e as montanhas-russas emocionais não fazem mais tanto sentido. O coração anseia por mais, ou talvez por menos. Vai saber. Menos confusão, menos drama, menos joguinho, menos tempestade. Mais autenticidade, mais verdade, mais paz, mais serenidade.