CHACINA EM BLUMENAU
Depois dos tradicionais ataques a escolas, tão comuns em paÃses como os Estados Unidos e, de uns tempos para cá, também recorrentes no Brasil, agora a infâmia decidiu entrar nas creches e assassinar bebês.
A matança não poupa mais nem os anjos do jardim da infância.
Blumenau amanheceu em estado de choque.
Empunhando um machado, uma arma brutal para dilacerar com sadismo, um homem de 25 anos invadiu a escola infantil Cantinho do Bom Pastor, localizada na rua Caçadores, bairro Velha, nessa quarta-feira (5).
Ele pulou o muro e surpreendeu as crianças que brincavam no pátio com os recreacionistas. Foi um vendaval de pedidos de socorro súbitos no meio de tranquila felicidade.
Quatro crianças morreram, três meninos e uma menina, com idades entre quatro e sete anos. Também há três crianças feridas, uma delas em estado grave.
A cena é de uma maldade repugnante. Dificilmente os pais vão reconhecer os seus pequenos. Nem deveriam passar por tal inferno de identificação. Que a memória deles seja poupada pelo menos, já que perderam tudo.
Todo pai, toda mãe sentirá calafrios de horror pela simples ideia de que sequer nas creches, enquanto estão trabalhando, seus filhos se encontram seguros.
O que podemos fazer para não sentir mais medo? Temos que levar as crianças conosco para os nossos empregos? Será que em nossos colos estarão protegidas?
Não é um trauma de algumas famÃlias, mas coletivo, de um medo generalizado muito além da vingança por bullying.
Ninguém vai matar bebês por represália a maus-tratos na infância. Existe uma irracionalidade injustificável, uma boçalidade desprovida de explicação.
É coisa de Satã, de pacto diabólico, que supera limites humanos do certo e do errado.
O suspeito está detido, mas não sinto nenhuma compaixão com o seu destino. O que ele fez ultrapassa qualquer possibilidade de demência. Nem a loucura seria capaz de servir como atenuante a uma chacina de seres absolutamente indefesos, sem discernimento, sem entender o que estava acontecendo, que só poderiam gritar ou prantear de pânico.
Desequilibrados recuariam diante da fragilidade escandalosa de suas vÃtimas.