Eu não sei diferenciar sonho & desejo.
Quando a gente alcança certa idade e não encontra equilÃbrio nos passos mais simples, uma mÃnima sensação de estabilidade passa a ser um grande sonho (ou desejo, sei lá). Qualquer ajuda para se manter de pé é reconfortante. Como se, durante o deslocamento, o desejo (ou o sonho, não sei) se tornasse um andador invisÃvel, sabe? Um apoio que não se vê, não por ser ausente, mas por estar presente em tudo: O tempo todo.
Nesse ponto, saudade e religião se conectam (tão bem). Identificar um sentimento interior ou acreditar em algum ser superior tem mais a ver com sensibilidade do que razão. Pressentir. Sabe?
Sentir saudade, por menor que seja, é ter alguma ligação inexplicável com sensações que não necessariamente se tocam. Crer em certa força exterior, por maior que pareça, é criar um vÃnculo quase imediato com aquilo que não está nitidamente à vista, mas, por algum motivo, visita esta realidade com bastante frequência.
Às vezes, o desequilÃbrio vem da saudade. Noutras, é a própria saudade que nos mantém de pé.
Sente?
Em alguns momentos, a estabilidade nos alcança pela crença. Noutros, a queda vem da nossa fé.
Acredita?
Quando a gente alcança certa idade e não encontra equilÃbrio nos passos mais simples, cada movimento seguro, cada avanço estável, cada progresso firme equivale a todos os sonhos & desejos do mundo, juntos.
Agora eu sei a diferença entre sonhar & desejar.