Sabe, às vezes acho que sei de muita coisa. É onde e quando me perco. É onde ignoro uma terapia que me iluminaria em mil sentidos, é onde desdenho de uma parceria que afloraria ideias enterradas. Assisti ao filme Soul e a mensagem mexeu muito comigo. A gente tá a todo instante querendo encontrar o propósito, a missão, querendo "Chegar lá". E depois que chega, qual vira o objetivo da vida? A gente arruma outro porque a vida tem de ser isso, né. Viver pelo seu sonho. Mas o nosso sonho nem sempre tem de ser um dia específico, ou todo depositado em um único projeto, porque somos plurais, e porque a vida é muito além de uma conquista. De um dia. Ela é tudo isso que acontece enquanto. Ela é a conquista diária de mínimas coisas: Um almoço com um amigo de longa data, um abraço na Avó, um papo desconexo, uma caminhada aleatória... Uma viagem improvisada. Uma conversa que aconteceu do nada. O nosso sonho, na verdade, tinha de ser a maneira que conduzimos a vida. Ontem conversei com um amigo, e ele me perguntou: "Se você pudesse escolher apenas um projeto pra dar certo, qual escolheria?". Respondi o que mais me traria satisfação profissional, de fato. O que meu coração sempre entendeu como missão. Ele então me respondeu: "Pode ser que nunca dê certo. Pode ser que seu sonho não vire nada. Mas a vida vai se desdobrando em mil formas mais bonitas enquanto você caminha até ele. Você tem que gostar do caminho." E a verdade toda da história da vida é essa. Ambição é importante, ter sonhos, metas, ok. Mas quanta coisa bonita a gente perde ao caminhar só olhando pra frente, né? Quantas pessoas abdicam de tudo pra ir atrás do seu sonho, romantizando que estão fazendo a coisa certa, e na verdade estão apenas vivendo por check lists e se frustrando a cada conquista. Não espalhar seu dom é egoísmo, é verdade, mas viver em função de fazer dar certo é desperdício. Viva a sua missão, do tamanho que ela lhe foi dada. Para as pessoas que lhe cruzaram. Queira ir além, mas ninguém tá com pressa. Se tudo der errado, você gostou do caminho?