" Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte,
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte,
E tenho comigo pensado, Deus é brasileiro e anda do meu lado,
E assim já não posso sofrer no ano passado,
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro,
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro,
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro,
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro,
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro,
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro.
Mano, rancor é igual tumor envenena raiz,
Onde a platéia só deseja ser feliz (ser feliz),
Com uma presença aérea,
Onde a última tendência é depressão com aparência de férias,
Vovó diz, Odiar o diabo é mó boi, difÃcil é viver no inferno,
E vem à tona,
Que o mesmo império canalha, que não te leva a sério,
Interfere pra te levar a lona,
Revide.
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes,
Elas são coadjuvantes, não, melhor, figurantes, que nem devia tá aqui,
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes,
Tanta dor rouba nossa voz, sabe o que resta de nóiz?
Alvos passeando por aÃ,
Permita que eu fale, não as minhas cicatrizes,
Se isso é sobre vivência, me resumir a sobrevivência,
É roubar o pouco de bom que vivi,
Por fim, permita que eu fale, não as minhas cicatrizes,
Achar que essas mazelas me definem, é o pior dos crimes,
É dar o troféu pro nosso algoz e fazer nóiz sumir.."
(Emicida - AmarElo)