Na eterna busca por solução para os desmandos da nossa vida em comum, quase unanimemente, clama-se por EDUCAÇÃO. Eu venho propor um pensamento alternativo. Em lugar de educação, eu clamaria por EMPREGO. Mas não qualquer emprego. Vejam: Depois do advento da ciência e, da consequente, revolução industrial já não há pessoa que possa tudo o que precisa para viver. O saber se sofisticou tanto a ponto de ter que se especificar. Cada um só sabe fazer uma pequena parte do todo que possibilita os confortos da vida moderna. A felicidade é construida numa linha de montagem. Cada profissão contribui com sua ação, e apenas. Somos, portanto, como nunca antes, dependentes uns dos outros. Quem não tem lugar na linha de montagem da felicidade está fora de tudo. O emprego é o único modo de participar do mundo. Por isso clamo pelo emprego como sendo a solução para os nossos males perenes. O emprego educa, exige saber. Mas, repito, e ai é o meu ponto: Não qualquer emprego. O emprego industrial, onde não há lugar para a liberdade nem para a criatividade, é um emprego deprimente. Melhor tê-lo que nenhum, mas melhor seria repensar o modo de produção para que a impessoalidade da linha de montagem fosse substituída pela ação personalíssima de cada pessoa. Mais artesanato e menos indústria; Outros modos de consumo. Educar apenas pela ciência para o modo industrial é mal educar, eu acho. Educar para a liberdade do emprego não impessoal seria melhor. Mas só mudaremos a educação quando mudarmos a qualidade do emprego. Talvez: De nada adiante um educado desempregado ou um empregado deseducado. Precisamos de um empregado educado para a liberdade. O futuro está longe; Por isso mesmo é preciso começar a pensa-lo logo. O planeta já recusou o modo industrial de produção. Uma mudança do tamanho da demografia será demorada e complexa. Não percebo os políticos preparados para ela. Mas percebo o povo ansioso por ela. Façamos nós política, já que. Votemos em quem nos obedeça; E não em quem quer mandar em nós.