Hoje eu fui numa pracinha perto da minha casa, onde os pais levam seus filhos para brincarem, lá é cheio de balanços, e aqueles outros brinquedos de crianças. Enquanto minha tia empurrava meu primo com pouco menos de dois anos num balanço, um rapaz jovem aparentava ter uns vinte e tantos anos, sentou-se ao meu lado com seu filho, bom, acho que era seu filho, não sei. O menino era loirinho, certamente deveria ter puxado a sua mãe, pois o pai tinha os cabelos negros. O rapaz me parecia um pouco abatido, com olheiras e aparentemente cansado. Ouvi quando ele chamou seu filho pelo nome, Anthony, era esse o nome da criança, então ele retirou um saquinho com bolachas e deu ao menino, ele se sentou perto do pai e seguida soltou uma pergunta que mesmo eu não conhecendo nada do tal pai do Anthony, sabia que essa pergunta tinha deixado totalmente abalado, “Pai, vai demorar pra mamãe voltar? ”, o menino ficou olhando para o pai na busca por uma resposta, mas nenhum som saia de sua boca, então ele o pegou seu filho no colo, e ali percebi que ele iria dizer algo, então como estava interessado pela resposta como o pequeno Anthony, me aproximei discretamente, então o seu pai disse ” Filho, ta vendo aquelas nuvens? Antes da gente nascer somos todos anjinhos que ficamos pulando em cima delas, quando nascemos, conhecemos pessoas, construímos famílias, e vivemos momentos maravilhosos, mas nem sempre isso dura, sabe porque? Deus fica nos assistindo lá de cima, e então quando ele vê que somos bons uns com os outros, e que já espalhamos amor o suficiente, ele chama a pessoa pra ir brincar novamente nas nuvens, e a mamãe te deu muito amor, me deu muito amor, a mamãe era a nossa definição do amor, e então Deus chamou ela, e agora ela está lá em cima esperando o nosso amor ser suficiente pra Deus também chamar a gente pra brincar nas nuvens. ” Nesse instante, eu com meus olhos cheios de lágrimas olhei para o Anthony, ele ainda parecia querer entender tudo o que seu pai havia dito, ficou calado, comeu mais uma bolacha e depois largou o saquinho em cima do banquinho e chamou seu pai, ” Papai, enquanto a gente não pode ir brincar com a mamãe nas nuvens, eu posso ir pro balanço? ” Não pude deixar de ver uma lágrima cair no rosto do seu pai, ele logo a enxugou, sorriu e foi empurrar seu filho no balanço.
AS CRIANÇAS SÃO INGÊNUAS, E NÃO MERECEM SABER O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA MORTE, NA VERDADE NINGUÉM MERECE, ENTÃO DEIXAMOS CLARO, NINGUÉM MORRE, SÓ BRINCA NAS NUVENS.