Quantos erros são necessários para a evolução das pessoas? Vejo a calamidade à minha volta. Estou cercada de leigos. As tecnologias avançam, as pessoas regridem e os livros ficam acumulando poeira nas estantes. Será possível que ninguém enxerga um palmo à sua frente e ainda assim, quer cuidar do que foi deixado para trás? Devo ter embarcado na estação errada de metrô. Planeta errado. Nada me é familiar; Nada e nem ninguém. No dia-a-dia vejo a luta constante tentando buscar a igualdade entre as pessoas, mas como igualar aqueles que vivem de aparências —Rostinhos e corpinhos bonitos, que caem— Aos que ainda sabem cultivar o que nos há de mais precioso que é o conhecimento? Seja algo simples como uma flor. Sensível, misteriosa. Quem será que inventou a flor? Como conseguiram harmonizar perfeitamente a brutalidade de seus espinhos à delicadeza de suas pétalas? Eis a questão. Tudo é questão de ponto de vista. Não é necessário ler toda uma gramática e decorar palavras. Basta sentir. Sinta tudo o que o cerca e veja com outros olhos tudo o que te cerca. O mundo não é ruim, as pessoas é que são. O mundo é ótimo, mas está mal freqüentado, desorganizado. Eu gosto do simples, que por ser tão simples, torna-se complexo por encantar-me de tal forma.