Que nossa inocência não seja perdida. Assim como nossa capacidade de enxergar o mundo como crianças. Que o amor continue sendo o ato de dar as mãos ao atravessar uma rua. E que a televisão não passe de uma caixa mágica. A diferença entre um homem e uma mulher consista apenas na existência ou não da barba. Que o significado de amizade como “Dividir o lanche com a pessoa que senta ao nosso lado no recreio” persista. Que cobras sejam lagartos sem braços e pernas. Palavras, desenhos sobre linhas. Inveja, aquele sentimento que impede uma pessoa de andar com a gente porque temos uma roupa mais bonita. E que as mães sejam médicas que vivem na nossa casa. Pais, heróis que não possuem capas. Que nossa pureza jamais suma em meio ao caos. Que saudade nunca deixe de ser aquilo que nosso cachorro sente quando viajamos. Motos sejam carros de duas rodas. E lar continue sendo aquele lugar onde mora a nossa cama e nossa família. Que família insista em ser sempre aquele monte de gente que se preocupa com nosso joelho ralado ou se escovamos os dentes antes de dormir. Dormir signifique sempre fechar os olhos para sonhar. Espero que a vida não leve o que há de mais doce em nossos corações, para nunca acordarmos azedos. Para ter sonhos e forças suficientes para torná-la cada dia mais bela. E, assim, tenhamos bons motivos para vivê-la. Que irmãos sejam amigos que moram com a gente. E amigos, irmãos que nossas mães não aguentariam sob o mesmo teto. Que o universo nunca deixe de ser simplesmente a casa das estrelas. E que possamos nos imaginar como uma delas, quando nos dizem que todos nós fazemos parte dessa imensidão. Que Deus permaneça um senhor capaz de nos transformar naquilo que quisermos com seus poderes. E que o céu nunca deixe de ser o lugar de onde sai o dia. Que o horizonte seja sempre aquela linha onde o mar encontra o sol no fim da tarde. Desejo que a gente não se esqueça de que a felicidade mora nas coisas simples. E que para ser simples, basta se incomodar, duvidar, permitir. Nunca se acomodar. Buscar o que nos faz bem naquilo que não há preço, nem etiqueta. Que não nos seja permitido esquecer que a vida nada mais é que o curto período entre o nosso choro e o choro das pessoas que nos amam. E que, durante essa estrada, possamos encontrar essas pessoas e conquistá-las sendo nós mesmos. Porque “Nós” nada mais é que aquilo que prende na hora do laço.
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