Os jovens brasileiros acreditam que podem fazer a diferença, são muito otimistas, tem espírito empreendedor e estão ultra conectados. Uma pesquisa realizada em 27 países, inclusive o Brasil, com 12 mil jovens de 18 a 30 anos colocou os brasileiros em destaque pelo otimismo: 81% acreditam que os melhores dias do país estão por vir e 87% esperam ter dinheiro o suficiente para se aposentar de forma confortável. Além disso, 80% deles crêem que podem se destacar na sua comunidade e para 47%, ser dono do próprio negócio é muito importante.
A pesquisa divulgada pela revista Isto É (edição de 18/11) e encomendada pela multinacional de telecomunicações espanhola, Telefónica Global Millennial Survey, apenas ressalta algo que se percebe diariamente e que se deu de maneira mais impactante nas manifestações de junho. A juventude de hoje cresceu no desenrolar de uma grande revolução tecnológica e ela se utiliza desses meios para atingir o maior número de pessoas com suas mensagens.
Os jovens ultra conectados compartilham idéias e sonhos, trabalham, fazem política e até negócios, tudo por essa rede mundial que vem transformando a maneira de se relacionar. Não se vê um movimento como esse desde a década de 1960 e 1970, quando os jovens buscavam a liberdade sexual e lutavam contra a ditadura. Esse regime ditatorial trouxe grandes danos. O debate nas universidades foi proibido durante esse período. Essa herança ditatorial empobrece as universidades até hoje, a maioria delas não realiza essa prática, que poderia ajudar os jovens a exercerem sua cidadania, pautados em argumentos válidos.
Essa geração tem força de vontade e perspicácia, porém falta a ela uma direção, um rumo. Esses, só poderão ser definidos depois de muita discussão e embasamento teórico para toda essa ação que já começou a ser colocada em prática. O primeiro passo foi dado, “O Gigante Acordou”, agora ele deve sentar, estudar e discutir sobre seu país.