PARALELAS DOS MEUS SONHOS
À noite
Vem chegando com seu açoite,
Traçando as paralelas
Para os meus sonhos.
Ela não está só,
Vêm acompanhada
Do Ômega, Alfa e Beta,
Lançando a seta
Sempre em linha reta,
Em direção ao infinito
Lugar onde está guardado,
Meu sonho mais bonito.
Hoje vou enfrentar o açoite
Da noite,
Vou deitar-me vestido
De couro e lata,
Como verdadeiro guerreiro,
Com arco e flecha
Ponta de prata.
Escudo revestido,
Com pele sobrada
De minha circuncisão.
Vencerei,
Pois sou feito dessa argamassa
Escassa
Que moldam os homens raros,
Sou o único sobrevivente
Da catástrofe de Mandala.
Tenho excelentes
Descendentes,
Com ancestrais de Bengala,
Que nem fino,
Nem grosso fala,
Não vou deixar,
Omega, Alfa e Beta,
Roubarem o mel
Dos meus sonhos.
Acabou a batalha,
Venci.
Rasgaram meu couro,
Amassaram
As latas
Da minha armadura.
Agora finalmente
Vou me despir
E dormir.
Estou cansado,
Mal dormido,
Mas bem amado.
Fernando Lucho.
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