À tarde com sua triste claridade
Descem ermas sobre as pedras das calçadas
Fazendo tristes as alamedas...
Fim de tarde de maio... Fim de dia.
Fim de dia triste... Com mistério de outono
Embala tudo no silêncio de seu recolhimento;
E as folhas secas, suavemente caem...
Descem como se viessem do céu, num gesto longo e lento,
Caindo na rua erma juntando-se às pedras.
Um perfume fugaz, de fruto maduro
Que perfuma a sombra...
A brisa mansa, numa carícia delicada,
Unge meu rosto com um suave beijo,
Movimenta meus cabelos
E me faz sonhar, um sonho infinito de saudade,
Numa quietude mística e tristonha,
Sob o incenso na meia-claridade
De um dia sonolento, com mistério do outono.
Um fim de dia de triste...
Fim de um dia de despedida,
Um fim de tarde de maio.
Fáthima Allves
DIREITO AUTORAL RESERVADO –
(LEI NÚMERO 9610/98 ART. 184)
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