ESTAÇÃO POLAR
3ª postagem
... como canal de televisão fora do ar. Ela tinha uma corrente elétrica no corpo muito mais intensa do que a nossa que interferia na filmagem, como não tinha máquina fotográfica de filme, ele nunca pode fotografar a sua Sereia. Certo dia ela foi com ele na pá mecânica carregar o silo-radiador com neve fresca, para manter o estoque de água líquida, bem cheio, ele sugeriu ir com ela na enseada ver a estrutura inox que ela chegou a Estação Polar, ela protestou a sua maneira, mas ele insistiu. Chegando a beira da enseada, ele a pegou pela mãozinha delicada e tentou levar ela mais perto da estrutura, que só tinha uma pontinha de fora... A certa distância ela parou, não andou mais. Empacou mesmo. Quando ele tentou ir sozinho, ela cantou para imobilizá-lo. Foi até ele cantando e o virou para o lado da pá mecânica. Quando parou ele entendeu que por algum motivo ela não queria que ele se aproximasse de seu transporte. Exatamente com oito semanas que eles viviam sua história de amor, ela pediu o caderno de desenhos, que era o meio de comunicação deles dois, voltou a pagina onde havia o desenho do homem, da Sereia e das 6 Sereinhas, fez um circulo nas pequeninas criaturinhas e uma linha apontando ate a barriga do desenho da Sereia. Olhou para ele sorridente, como sempre, o sorriso dela era um show, o mais lindo que ele já vira, levantou a camisa de malha que vestia e mostrou a sua barriguinha que já estava saliente. Ele ainda não observara este detalhe. Como poderia também, com uma Deusa de beleza, que adorava passar as noites sem roupas, desfilando aquele corpão na frente dele, ele iria olhar para a barriguinha. Nem pensar. Ele seria papai. Papai de sêxtuplos, pois pelo que ela desenhou Sereias sempre tinham seis filhos. A gravidez levava cerca de vinte e quatro semanas, então teria as filhas após a chegada dos pesquisadores da Estação. Como ele iria explicar as pessoas a sua companheira grávida. Como ele poderia esconder o fato dela não falar idioma nenhum conhecido. De ela ser Sereia então nem se fala, teria que ocultar isso sobre qualquer circunstância. Como fazer? E na hora do parto? Ela iria ter sereias e não bebês humanos. Ele estava com um grande problema, isso não se pode negar. Poderia até persuadi-la a não tomar mais banho no tanque para ela não fazer a tal da #morfose para Sereia depois que os pesquisadores retornassem. Mas deixaria isso para a última semana de solidão. Ela adorava literalmente o banho de água quente no reservatório, ela gostava de deixar a temperatura ambiente mais fria um pouco e a água mais quentinha e ficavam horas nadando, entre abraços e beijos, muitos beijos. Também à noite para dormir, ela gostava de manter o alojamento um pouquinho mais frio. Ela resfriava o ambiente, colocava vários cobertores na cama e nus eles se entregavam aos prazeres do sexo. Ela estava desenvolvendo bem a sua gravidez. Já estava bem barrigudinha, mas com um charme que nenhuma grávida tem. O seu apetite se manteve inalterado, porque segundo ela as pequenas Sereias, embora fossem seis, elas nasceriam muito miudinhas mesmo, com cerca de aproximadamente dez centímetros e mamam por quatro a cinco semanas e já estão aptas para se alimentarem normalmente. Levam cerca de 100 anos para atingirem o tamanho adulto e estarem aptas a procriarem. Interessante que ela parecia entender o nosso calendário, pois dias, semanas, mêses e anos ela conseguia entender e se expressar. Entendia relativamente os números. Com o alfabeto, desconhecia completamente. Não consegui fazer com que ela dissesse o seu nome, acho que na cultura delas existe outra forma de se identificarem que não seja nome. Mas consegui fazer com que ela entendesse que ele tinha um e escolhi um nome para ela. Sua Sereia teria o nome de Chrystal. Seu apetite sexual, também não sofreu nenhuma alteração, mesmo grávida ela adorava as variações do sexo que faziam, pela manhã, tarde, noite e madrugada. Ela simplesmente adorava sexo. No seu clímax sexual ela até soltava lágrimas de prazer, literalmente chorava ao ter seus orgasmos. Certa vez em seus desenhos, ela me mostrou que humanos e Tritões não existiam em seu mundo. Já com vinte e uma semanas de vida em comum, faltavam apenas duas semanas para os membros da Estação retornarem as suas atividades, ele conseguiu fazê-la entender que ninguém poderia saber que ela era Sereia, pois eles no mínimo a aprisionariam. Ela me pareceu triste. Nesta tarde não o procurou sexualmente. Durante o período noturno, ela se satisfez sexualmente com ele, mas pela madrugada ela foi nadar sozinha. Quando ele acordou, sentiu a sua falta na cama e foi atrás dela. Ela já tinha saído do tanque, feito a sua #morfose, e ele notara tristeza em seu semblante. Muita tristeza mesmo. Ele não quis se mostrar e se manteve oculto para ver a reação dela. Ele se dirigiu para o quarto e a esperou. Sentiu que a porta externa da estação fora aberta e Chrystal saíra da estação. Preocupado ele se agasalhou e foi atrás dela. Ela caminhou bem agasalhada também em direção a enseada. Lentamente, cabisbaixa e aparentemente muito, mas muito pensativa mesmo. Adentrou na enseada congelada e se dirigiu até a sua estrutura inox. Quando ela se aproximou, a estrutura que só tinha uma pontinha do lado de fora, o restante emergia na água congelada da enseada, brilhou muito estranhamente. Pegou uma coloração laranja avermelhada, mas com brilho não tão intenso. Chrystal tocou na estrutura e de imediato o brilho se intensificou, com o mesmo tom laranja avermelhado, porém agora com brilho muito intenso. Ela começou a cantar, fazendo com que ele ficasse totalmente imobilizado. Ele estava na beira da enseada, iria subir no gelo neste instante. Petrificado ele não conseguia se mover, porém via e entendia tudo. O canto era diferente, mas agudo e intenso, parecia um chamado. Ela cantava contemplando o firmamento estrelado da bonita noite do extremo sul do planeta. A água começou até a se descongelar, parecia que a radiação emitida pelo seu transporte, gerava uma espécie de calor. Mas logo ela parou de cantar. Guardou silêncio por instantes e algumas luzes alaranjadas vieram do céu. A luz foi ficando mais fraca até se extinguir, totalmente. Ela continuou com a mão no transporte e sua luz foi diminuindo também. Chrystal ficou paralisada ainda perto do seu transporte. Um estrondo e um facho fino de luz alaranjado atingiram o transporte vindo do céu. Questão de segundos e se extinguiu tão rápido como surgiu. Ele saiu de perto e se ocultou em local que ela não podia vê-lo. Chrystal retornou, e ele correu para dentro da estação e a esperou. Ela entrou e o viu. Pela primeira vez a sua Sereia, não o contemplou com um sorriso. Ficou o olhando séria, abaixou a cabeça e passou por ele, se dirigindo ao dormitório deles. Quando ele entrou, Chrystal estava de camisa de malha e calça de moletom. Entendeu que ela não queria falar sobre o assunto e muito menos contato sexual. Chrystal estava deitada de lado de costas para ele. Deitou ao lado dela, beijou a sua cabeça e ela continuou imóvel. Parecia que a Sereia chorava. Dormiram calados. Pela manhã ele estava nervoso, querendo saber do transporte de Chrystal. Foi bem cedo rapidamente abastecer o silo deixou Chrystal dormindo serenamente, e notou que o transporte estava do mesmo jeito...
VAI CONTINUAR...