Aberturas...
Como quem nada quer...
Um pouco de mim.
E dou-me a ti.
Sem pudor!
Igual a flor que se abre para o beijo da noite.
E para a carícia do orvalho da manhã.
Visto-me em poesias.
Para esconder-me em versos.
Quando me dou a ti.
Pois que o meu corpo é rima,
Quando me tenho em ti.
Convoco-te no silêncio da minha boca.
E na sofreguidão das minhas mãos.
E qual marinheiro errante perco-me em ti.
A fazer-me onda, a arrebatar-te nesse mar.
Onde meu corpo te tem.
E vou deixando-me em ti.
Transformando-me em poemas.
A escrever no teu corpo.
Uma melodia de amor.
Do meu amor por ti.
Vera Beaucamp
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