E pede com tanta avidez
Que só de pensar-me em teus braços
Estremeço, vibro, enlouqueço de vez...
E no simples toque de nossas mãos
Sinto arrepios, solto faíscas
Meu corpo pede teu corpo
Meus lábios se abrem para os beijos teus
Teus lábios que sugam e devoram os meus...
Meu corpo pede teu corpo
Me aninho por inteira no teu peito
Me enrosco, me encosto, me aperto, me achego
Te quero, te puxo, te sinto, te estreito...
Meu corpo pede teu corpo
São agora carícias atrevidas, sem pudor
São mãos que exploram ensandecidas
Nossos corpos que se entregam por amor...
Meu corpo pede teu corpo
Olhos nos olhos, fixos, perplexos, comovidos
Reluzem, brilham, explodem, espelham
Expressam toda a fúria dos desejos reprimidos...
Meu corpo pede teu corpo
E então estamos na mesma louca sintonia
Pulsando, vibrando, gritando de prazer
Em movimentos cósmicos, na mais completa alegria...
Estás assim dentro de mim, estou em ti
Num leito imaginário, em algum ponto do infinito
E tão grande, tão intenso nosso amor
Que o universo conspira silencioso ante nossos gritos...
Fátima Irene Pinto