« Anterior 27/07/2014 - 14:55
O papel da mulher na sociedade egípcia

Os textos literários e administrativos são também importantes para a análise do lugar da mulher na sociedade egípcia, além das pinturas e esculturas deixadas por esta civilização.



Assim, é possível conhecer um pouco o papel das mulheres no Egito Antigo analisando a decoração dos túmulos. Nessas cenas, a esposa ou a mãe do proprietário do túmulo têm maior destaque. Em geral, as duas aparecem vestidas de forma simples, mas elegante, sentadas comodamente com o homem à mesa de oferendas. Por vezes, elas acompanham o homem quando ele observa cenas de trabalho.

No outro extremo, encontramos as mulheres ocupadas em trabalhos servis, fazendo pão e cerveja, fiando ou tecendo. São atividades feitas, provavelmente, em aposentos domésticos de uma casa mais rica.
A cor amarelada da pele das mulheres indica, entre outras coisas, uma menor exposição ao sol do que a dos homens, representados com aparência mais avermelhada. Isso sugere uma reclusão maior da mulher.
É possível que não fosse seguro para elas se aventurarem pelos espaços externos. Um texto de Ramsés III afirma: "Tornei possível à mulher egípcia seguir seu caminho, podendo as suas viagens prolongar-se até onde ela quiser, sem que qualquer outra pessoa a assalte na estrada", o que implica não ter sido sempre este o caso.



Nos túmulos mais antigos as mulheres estão ausentes dos trabalhos de maior destaque e das diversões mais agradáveis. Para além das cenas de tocadoras de instrumentos e de dançarinas acrobáticas, o papel das mulheres neste período parece ter sido muito restrito.

No antigo Egito a esposa é quem cuida de todos ao seu redor, incluindo seus filhos e os seus servos. Havia vários trabalhos disponíveis para a mulher, especialmente se ela fosse de uma família rica. Existem inúmeros registros de mulheres fazendo serviços domésticos, como tecelagem e preparação de cerveja e pão. As mulheres, na ausência de seus maridos, eram as chefas e tomavam conta também das tarefas deles. Elas tinham os mesmos direitos dos homens em tribunais e estavam sujeitas às mesmas condenações aplicadas a eles.



“Nas primeiras tumbas, as mulheres não participam das obras mais importantes, bem como das diversões mais prazerosas; porém tampouco aparecem envolvidas nos trabalhos mais árduos. Os homens por exemplo, fazem o vinho, que requer maior esforço físico que a preparação da cerveja. Com exceção das cenas de mulheres musicistas e das danças realizadas por algumas moças muito atléticas, o papel das mulheres nos primeiros tempos parece muito decoroso, ainda que isso talvez se deva ao fato de não podermos interpretar as fontes em todo o seu conteúdo.” (BAINES; MALIK, 2008, p. 204)



O casamento no antigo Egito era considerado importante para as mulheres. As garotas egípcias costumavam se casar na faixa dos 12 anos, enquanto os garotos tinham entre 15 e 19. Elas também podiam se divorciar, caso sofressem algum tipo de maltrato, por exemplo. Nesse caso recorriam aos seus familiares e pediam ajuda para intervir no casamento. O divórcio era algo simples e não necessitava de muito tempo para a sua obtenção. Entre os principais motivos de divórcios estavam os maus-tratos, o adultério e a infertilidade.


“O mais surpreendente é que temos poucas informações tanto sobre as cerimônias de casamento quanto sobre os processos judiciais de divórcio. Ainda assim, o status legal de um casal que vivia junto era diferente do de um casado. Existe até o testemunho de um homem, que foi acusado de ter tido relações sexuais com uma mulher que vivia com outro homem, mas que não era casada com ele, e parece que isso não era considerado crime. Apesar dessas instituições relativamente livres, o adultério de uma mulher representava, pelo menos em teoria, um grave crime.” (BAINES; MALIK, 2008, p. 205)

O trono no antigo Egito era por direito do filho mais velho. Houve alguns momentos da história egípcia em que a rainha, com a morte do Faraó, precisou atuar como Regente até que o filho mais velho pudesse governar. Para se tornar um Faraó era preciso ter todos os títulos reais exigidos. O casamento geralmente era feito entre irmãos, para manter o sangue real da família. Quando o Faraó se casava com alguma mulher que não pertencia à família real, esta se tornava uma esposa secundária.

“As mulheres não possuíram nenhum título importante, sem contar alguns relacionados ao sacerdócio, e, fora alguns membros da família real e as soberanas reinantes, tiveram pouco poder político. Seu título mais comum era, “senhora da casa”, é um título de respeito que significa apenas algo mais que “Sra.” “(BAINES; MALIK, 2008, p. 205)



A mulher tem um estatuto próximo ao do homem. Os textos jurídicos tratam do casamento, da gestão dos bens, sem esquecer o divórcio, o futuro do patrimônio dos filhos e as questões de herança. Mas, qualquer que seja sua posição social, a mulher é primeiro o de uma dona de casa, que administra o cotidiano com seus imprevistos, vela pela manutenção corrente da casa, ocupa-se dos filhos, sem esquecer os pais idosos. Na alta sociedade, as esposas de funcionários administram a vida doméstica e, eventualmente, acolhem os hóspedes e preparam as festas, como nas áreas rurais, a casa possui um bom número de criadas, cujos vínculos são bem diversos: da liberdade à completa servidão. Na arte egípcia, encontram-se numerosas representações de mulheres nos trabalhos de artesanato – tecelãs de linho, padeiras etc. – bem como nos trabalhos dos campos. São representadas também como carregadoras de oferendas em procissões. Por último, encontram-se muitas “carpideiras”, cujas lamentações acompanham a dor das famílias durante os dias que dura o ritual fúnebre.







Comentários
/vampirica em 27/07/2014 às 21:03 disse:
Adorável noite! Depois da Copa e das férias escolares, voltando com o frio, kkkkkkkk! Blood Kisses!

/luzdomundo em 28/07/2014 às 09:49 disse:
Bom Dia No retrato que me faço Traço a traço às vezes me Pinto nuvem às vezes me Pinto árvore às vezes me pinto coisas De que nem há mais lembrança... Ou coisas que não existem Mas que um dia existirão... E desta lida, em que busco Pouco a pouco -minha eterna Semelhança no final, que restará? Um desenho de criança O auto retrato

/atlantida em 06/08/2014 às 20:52 disse:
Agradeço pelas mensagens e desejo uma boa noite!

/luzdomundo em 06/08/2014 às 23:04 disse:
Boa Noite Viver é muito difícil Pois nesta vida precisamos Além de inteligência conhecimento E sabedoria nos proteger contra nós mesmos

Fotos com mais de 20 dias nao podem ser comentadas.
/egitoantigo
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