Estima-se que as palavras cruzadas foram criadas no Egito há 2.000 anos; e foram encontradas num fragmento de papiro, remanescente do período Greco-Romano com pistas e enigmas baseados nos mesmos princípios da moderna palavra cruzada.
Um fato interessante:
O mais remoto antepassado conhecido das palavras cruzadas é talvez o caso da estela (placa de pedra com inscrições) localizada na cidade de Tebas no túmulo do sumo sacerdote Neb-wenenef que morreu por volta de 1.290 a.C., nomeado para aquela função no primeiro ano do reinado de Ramsés II, faraó da XIX dinastia/1320 - 1200 a.C.).
No lado esquerdo do corredor que dá acesso à câmara interna do túmulo, encontrou-se a estela, uma grande pedra na qual foram gravadas imagens humanas e uma série de hieróglifos. O texto da estela contém apenas uma série de frases elogiosas sobre o deus Osíris, protetor dos mortos, como era usual naqueles tempos. Mas a forma pela qual os hieróglifos foram dispostos surpreendeu os arqueólogos!
Contém 11 linhas horizontais e bem no centro delas, uma coluna foi marcada para indicar que os hieróglifos, lidos no sentido vertical, também fazem sentido.
Em outras palavras, as linhas da coluna delimitam uma frase completa para ser lida de cima para baixo, formada por alguns dos símbolos das outras frases gravadas no sentido horizontal! No centro das linhas horizontais de hieróglifos da estela, dois traços verticais delimitam a coluna com sinais de sentido próprio, formando um acróstico:
"O Venerado, merecedor das graças dos deuses do reino dos mortos, junto com Osíris".
Esta foi a interpretação até agora indiscutível do arqueólogo holandês Jan Zandee. Daí que, pelo menos por enquanto, essa parece ser a mãe de todas as palavras cruzadas.
Um vestígio posterior a este, datado de 79 d.C., é um quadrado encontrado em 1930 em meio às ruínas da antiga colônia romana de Pompeia. Ele se apresenta com cinco letras de cada lado, podendo as palavras ser lidas nos sentidos horizontal e vertical.