O conselho de Jesus, no que se refere à oração pelos nossos perseguidores não se baseia tão-somente na lei universal da bondade para com os semelhantes.
Vai mais além. Fundamenta-se no princípio justo das correspondências.
O ódio, o crime, a calúnia segregam forças perniciosas e destrutivas. O perseguidor encarcera-se no abismo das inquietações; o criminoso, onde estiver, é prisioneiro da consciência, guardado pelo remorso, então transformado em sentinela vigilante; o caluniador envolve-se na peçonha dos próprios atos. Emitem pensamentos destruidores, como o pântano os elementos mortíferos.
Na lei das forças, que rege todos os fenômenos da vida, os semelhantes atraem-se uns aos outros. Odiar aos que odeiam, retribuir o mal com mal, seria abrir portas em nós mesmos à selvageria dos que nos convocam a suas furnas de trevas.
Alimentemos a chama benéfica que indique o caminho santo do bem mas evitemos o incêncio devastador que aniquila as possibilidades da vida. Contra a labareda criminosa do mal, façamos chover os pensamentos calmantes do bem.
Toda vez que a onda escura da persiguição nos procure envolver na luta digna, oremos e vigiemos. Encontrando-nos a resistência fraternal, voltarão os fios negros aos seus próprios autores, encasulando-os em sua obra.
Orai pelos que vos perseguem e caluniam, acendei a luz dos pensamentos nobres no círculo de sombras dos que vos tentam confundir, certos de que a maldade é o inferno dos maus e que cada Espírito carrega na vida o abismo tenebroso ou a montanha de luz, dentro de si mesmo.
Livro “Coletânea do Além” Psicografia de Chico Xavier – Autores Diversos