E pude senti-lo transcender da minha mente
Em cada parte de seu corpo em que pude tocar,
Quando nos enroscávamos como serpentes...
A libido falava por mim com a voz da paixão,
E o que era paixão em momentos se tornou amor
E por esse amor eu tive a impressão
Que o vento soprava a meu favor...
Mas o vento mascarava os sinais
De suas rotas imprecisas e inexatas...
E por elas me perdi entre fulanos e tais,
Como um rei no xadrez de iconoclastas...
Não estou sendo exagerado,
Pois ainda existe na minha tez
O fogo de tê-la queimando ao meu lado,
Como se fosse a primeira vez...
E na boca os seus sentidos vitais,
De coração ímpio, mas tão latente
Que me fazia sempre pedir mais,
Como uma droga muito potente...
Fui viciado de você, e em ti presente
Foi um amor de forma fatal
Por você fui até inconseqüente,
Mas esbarrei no que não era real...
Mas eu lamento, eu grito
Ene vezes, pois não fora banal...
O nosso amor fora um estranho rito,
Mas o pecado não fora original...
Autoria: Marcos Ramos