A solidão se apossou
Do meu coração ferido
Os dias longos distanciam
Quem um dia me foi querido.
Tantas dores só tornaram
Meu semblante mais sombrio
Na penumbra onde vivo
Cai a noite, vem o frio.
O sofrimento me arrastou
Até este mundo sem cor
As feridas ficam abertas
Maltratadas pelo rancor.
Os meus olhos já cansados
Vivem agora na escuridão
A luz do sol me fere a alma
Meu abrigo é a solidão.
Os meus pés já não suportam
Essa longa caminhada
Nunca mais eu desejei
Em braços fortes estar aninhada.
Hoje vivo tão sozinha
O que me guia é a tristeza
Bons sentimentos se esvaíram
Inda me resta a aspereza.
Cláudia Maia