« Anterior 12/08/2010 - 15:00 Próxima »
Que mistério pode haver na lágrima de uma mulher?






Honrai as mulheres! Elas entrançam e tecem

Rosas sublimes na
vida terrena,

Entrançam do amor o venturoso laço

E, através do
véu casto das Graças (2),

Alimentam, vigilantes, o fogo eterno

De
sentimentos mais belos, com mão sagrada.



Nos limites eternos da
Verdade, o homem

Vagueia sem cessar, na sua rebeldia,

Impelido por
pensamentos inquietos,

Precipita-se no oceano da sua fantasia.

Com
avidez agarra o longe,

Seu coração jamais conhece a
calma,

Incessante, em estrelas distantes,

Busca a imagem do seu
sonho.



Mas, com olhares de encanto e fascínio,

As mulheres
chamam a si o fugitivo,

Trazendo-o a mais avisados caminhos.

Na
mais modesta cabana materna

Foram deixadas, com modos mais
brandos,

As filhas fiéis da Natureza piedosa.



Adverso é o
esforço do homem,

Com força desmesurada,

Sem paragem nem
descanso,

Atravessa o rebelde a sua vida.

Logo destrói tudo o que
alcança;

Jamais termina o seu desejo de luta.

Jamais, como cabeça
da Hidra,(3)

Eternamente cai e se renova.



Mas, felizes,
entre mais calmos rumores,

Irrompem as mulheres, num instante de
flores,

Propiciando zelo e cuidadoso amor,

Mais livres, no seu
concertado agir,

Mais propensas que o homem à sabedoria

E ao
círculo infindável da poesia.



Severo, orgulhoso,
autárcico,

O peito frio do homem não conhece

Efusivo coração que a
outro se ajuste,

Nem o amor, deleite dos deuses,

Das almas
desconhece a permuta,

Às lágrimas não se entrega nunca,

A própria
luta pela vida tempera

Com mais rudeza ainda a sua força.




Mas, como que tocada ao de leve pelo Zéfiro,

Célere, a
harpa eólica estremece,

Tal é a alma sensível da mulher.

Com
angustiada ternura, perante o sofrimento,

O seu seio amoroso vibra, nos
seus olhos

Brilham pérolas de orvalho sublime.



Nos reinos
do poder masculino,

Vence, por direito, a força,

Pela espada se
impõe o cita

E escravo se torna o persa,

Esgrimem-se entre si, em
fúria,

Ambições selvagens, rudes,

E a voz rouca de Éris (4)
domina,

Quando a Cárite (5) se põe em fuga.



Porém, com
modos brandos e persuasivos,

As mulheres conduzem o ceptro dos
costumes,

Acalmam a discórdia que, raivosa, se inflama,

Às forças
hostis que se odeiam

Ensinam a maneira de ser harmoniosa,

E reúnem
o que no eterno se derrama.(6)

FRIEDRICH SCHILLER :
A DIGNIDADE DAS MULHERES

















"A felicidade aparece para aqueles que reconhecem





a importância das pessoas que passam em nossa vida."








Comentários
Apenas o dono deste FlogVip pode visualizar os comentários desta foto!

Fotos com mais de 20 dias nao podem ser comentadas.
Sobre * docarmoartes
Vitória - ES

Presentear FlogVIP
Denunciar

Últimas fotos

26/10/2013


04/09/2013


30/08/2013


27/08/2013


04/03/2013

« Mais fotos


Feed RSS