Queria ser o vento
que vem do norte. Queria desarrumar teus cabelos, Expor teus segredos, Levar
teus medos ...
Ah, como eu queria ser ...!
Queria ser a rosa de um jardim
celestial, Desabrochar de madrugada, soltar diáfanas pétalas, Exalar suave
perfume e, Ouvir teus arrebatados queixumes ...
Ah, como eu queria ser
...!
Queria ser o casulo, que o mistério da vida oculta, Explodir em
magnífica borboleta, E, levar-te em asas irisadas, Para o éden dos meus desejos
...
Ah, como eu queria ser ...!
Queria ser a ponte sobre o rio de tuas
lágrimas... Ser o barco que singra esse rio, Transportar-te para a margem segura
do meu coração... Secar teus olhos com meus beijos...
Ah, como eu queria ser
...!
Queria ser um caminhante, Seguir teus passos toda vida, Calcar os
espinhos do caminho, Para ter o teu amor... o teu carinho...
Ah, como eu
queria ser ...!
Queria ser a água bendita, Quando o sol calcinaste da dor, Os
teus sentidos turvar, E, tua boca ressequida, por ela ansiar...
Ah, como eu
queria ser ...!
Queria ser o oásis onde buscarás refrigério Quando teu corpo,
cansado de vagar, Pelo deserto da solidão, Ansiar pela brisa refrescante De um
amor perene ...
Ah, como eu queria ser
...!
(Maria
Hilda)
Hilda)