MOMENTOS
Há momentos
na vida que temos que abrir mão de tudo que fazia sentido, das nossas verdades
e do que reputávamos como sendo os nossos valores. Constatamos que eles se
tornaram inúteis ao nosso crescimento, já fazem parte do passado e a vida, não
se detém olhando para trás, antes, caminha para a frente, em busca de novos
acontecimentos.
Há momentos na vida que
todas as vigas mestras que asseguravam a nossa sustentação vêm abaixo e a casa
cai, independente da nossa tácita recusa ou inaceitação.
Há momentos na vida que
ficamos sem saber para onde ir, que nada consegue nos alegrar, motivar ou
seduzir e, em compasso de espera, vamos assistindo a fragmentação das nossas
estruturas, agora transformadas em quimeras.
Nestes momentos ( que
têm o peso de uma eternidade), nada nem ninguém pode fazer nada por nós ...
estamos definitivamente vazios e sós, porque até a Natureza se cala e Deus
perde a fala, indiferente ao nosso torpor.
Em meio à dor,
esmiuçamos o que sobrou de nós, remexemos entre os escombros e descobrimos que
algo ainda não morreu.
Tênue e frágil, lá está
uma pequena centelha de esperança, aguardando uma virada do destino, que
certamente nos surpreenderá com novas alegrias ... e com tantos outros
desatinos.
Momentos ...