UOL Música - Por que o nome "Projeto Paralelo"?
Gee Rocha - Há uns quatro anos, eu e o Di queríamos fazer um disco que tivesse rap e rock, e até fizemos três músicas. Daí encontramos o Túlio Dek [rapper goiano-carioca], conversamos com ele e vimos que esse projeto podia se concretizar. O tempo passou e, esse ano, falamos para o Rick [Bonadio, produtor] que queríamos lançar esse disco meu e do Di, ele deu a ideia de colocar a banda toda e achamos demais. Junto com as inéditas, pensamos em fazer algumas releituras das nossas músicas. E aí, quando começamos a gravar, ficavámos pensando se os fãs iriam gostar, se entenderiam que era uma outra parada. Por isso resolvemos colocar o nome de "Projeto Paralelo", que era mesmo a ideia inicial.
UOL Música - Mas este é um trabalho da discografia do NX Zero?
Gee - Isso, é um disco nosso, mas é um trabalho diferenciado. Não estamos mudando de estilo, mas é bom se renovar. Todos nós estamos felizes com esse álbum, os fãs vão gostar de ouvir. É um outro lado do NX que o pessoal não conhecia. Eu estou particularmente feliz porque era um sonho muito meu. Não é uma ideia genial que a gente teve, Linkin Park já fez isso, outras bandas também, mas acho que nunca rolou no Brasil como mainstream. Gravar com Rappin Hood, Marcelo D2, Emicida, toda essa galera e mais os rappers dos Estados Unidos, e trazer isso para a mídia eu acho que é novidade.
UOL Música - E como vocês chegaram a esses convidados?
Gee - A gente já tinha conversado com o Túlio [Dek], porque ele gravou "Bem ou Mal" com a gente, e aí vimos que dava para fazer esse lance. Mas a primeira pessoa mesmo com quem a gente conversou sobre isso foi com o Rincón Sapiência, que já trabalhou com o Rick. A gente colocou tudo no papel e discutia quem achava que ia ficar legal cantando aquela música. Aí mandava para o convidado e falava "olha, achamos que essa é sua cara". A gente gravou com uns 30 rappers, mais ou menos.
UOL Música - Vocês já divulgaram um teaser desse trabalho. Como os fãs do NX Zero receberam essa nova fase?
Gee - A gente estava com um pouco de medo. O Rick deu a ideia de fazermos um webclipe para a galera se acostumar. Daí coloquei no Twitter e a galera pirou. E pelos meus amigos, para quem eu mostro as músicas, todo mundo está adorando. Tem uma coisa bem popular nesse trabalho, a gente gosta de som bom.
UOL Música - Vocês já têm uma música de trabalho?
Gee - Vamos lançar na quinta-feira, no UOL, o clipe de "Só Rezo", e na sexta-feira vai para a televisão. Esse vai ser o primeiro clipe porque a gente queria uma versão para resumir o disco inteiro, para mostrar para a galera o que é. Essa foi gravada com o Emicida, e ele fala da periferia, de onde veio, é uma realidade pesada, mas que muita gente não conhece. Mas pode ser que a gente trabalhe mesmo com "A Melhor Parte de Mim" ou "Onde Estiver" [inédita], porque são mais universais, mais radiofônicas. O disco tem de tudo, rock pesado, balada, é bem dinâmico.
UOL Música - Vocês vão sair em turnê com "Projeto Paralelo"? Como estão pensando os shows?
Gee - Na verdade, a gente nem sabe o que vai fazer direito (risos). O Rick deu ideia de levar um DJ nessa turnê. A gente toca normal e, no meio do show, coloca umas quatro músicas desse projeto, com um rapper, uma projeção para a galera entrar no clima. Mas queremos fazer com a banda inteira, as batidas na bateria, o sampler na guitarra, mais orgânico, ao vivo mesmo. Vamos continuar com a turnê de "Sete Chaves" e, com certeza, vamos mudar o setlist, adaptar para o pessoal ter um ar novo também. Provavelmente a gente começa a ensaiar na semana que vem, a criar o show, e, no máximo daqui um mês, levamos para o palco.