Muitos querem comunhão com Jesus, mas não querem ser submissos a ele. É como se dissessem: “Jesus, fique ao meu lado, mas não queira mudar meu itinerário”. Querem as bênçãos de Jesus, mas não os seus mandamentos. Isso acontece também no casamento: muitos querem os benefícios, mas não as responsabilidades.
O jugo também ilustra as relações de autoridade e submissão dentro da igreja. Em Filipenses 4.3, Paulo parece estar se dirigindo a um dos seus discípulos como “companheiro de jugo”. Todo obreiro dentro da igreja deve estar submisso a um líder, de quem possa aprender e a quem deva prestar contas. Líder e liderado são companheiros de jugo como a junta de bois. Esta é também uma boa ilustração para o discipulado.
O jugo existe, não com o objetivo de prender as pessoas inutilmente, mas sim para que ambos possam caminhar na mesma direção e realizar o mesmo trabalho, dividindo responsabilidades e benefícios. Devemos, portanto, verificar a direção em que estamos caminhando e o trabalho que estamos realizando. Isto vai dizer se devemos nos manter sob o jugo ao qual nos submetemos em nossa iniciativa de trabalhar na obra de Deus.
Muitos querem viver sem jugo. Afinal, ele incomoda às vezes (ou sempre). Deve apertar o pescoço, dificultar os movimentos da cabeça, etc.. Em qualquer relação de autoridade e submissão haverá alguns incômodos. O liderado será o mais incomodado, pois deverá renunciar para obedecer. Por isso, muitas pessoas abominam as autoridades em todos os níveis.
correndo. Não serve para a lavoura, só para o rodeio, mas Deus não tem rodeio. A igreja é comparada à lavoura (ICo.3.9). Pessoas assim não se submetem, não se prendem, não têm vínculos. Isto pode ser observado na área profissional, sentimental, familiar, e até mesmo dentro da igreja. Planta sem raiz não cresce, morre.
Alguns preferem abandonar a igreja e servir a Deus em suas próprias casas (pelo menos esta é a desculpa). Outros continuam membros da igreja, mas não se envolvem em nenhuma área, não participam de nenhum grupo, de nenhum trabalho. O boi está na lavoura, mas não sob o jugo. Acabará atrapalhando os que trabalham.
Alguns querem obedecer a Deus sem se submeterem aos líderes que Deus estabeleceu. Isto está contra os princípios divinos. Tais pessoas usam a liberdade cristã como desculpa para a independência e a rebeldia.
Estar “sem jugo” traz benefícios imediatos e prejuízos futuros, talvez eternos. A sensação imediata é de quem está solto, livre, independente, podendo ir onde quiser, fazendo o que desejar. Tal situação, agradável a princípio, nos expõe aos seguintes riscos:
1 - solidão – o rebelde “sem jugo” acaba ficando sozinho, isolado. Afinal, não quis ter um companheiro ao seu lado ou um líder para orientá-lo. Depois, ainda reclama, alegando ter sido abandonado por todos.
2 – esterilidade – o jugo existe para que o trabalho seja feito e a produção seja alcançada. Aquele que rejeita o jugo não realizará trabalho algum. O galho precisa estar preso à árvore (João 15). O galho solto não produz frutos e só serve como lenha.
3 – desvio – o boi novo, preso ao boi mais velho, não sairá da trilha. Aquele que rejeita o jugo errará o caminho e poderá se desviar e se perder. Errar o caminho pode ter vários sentidos, desde tomar decisões erradas no dia-a-dia até o abandono da fé.
Os que aceitam o jugo submetem-se ao senhorio de Cristo e à autoridade de seus ministros. O trabalho sob o jugo é árduo. Não é fácil. É cansativo, como puxar o arado sob o sol durante todo o dia. Gostaríamos de uma vida cristã sem esforço, mas o Senhor nos convida ao labor: “tomai sobre vós o meu jugo...”
No final do dia, os bois são recolhidos ao curral, onde recebem a recompensa pelo seu trabalho. Ali terão água, alimento, repouso e abrigo. Assim também, o Senhor nos recompensará. Ele nos dirá: “Vinde, benditos de meu pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt.25.34).
“... E achareis descanso para as vossas almas” (Mt.11.30)
Anísio Renato de Andrade & Joyce Ferreira de Andrade (companheiros de jugo).