A cigana
Tomou minhas mãos como um cálice
As leu descobrindo o passado
E prevendo o meu futuro
Ascendeu tantos sonhos guardados.
Mas por um momento silenciou
E não quis dizer o que via,
Seu semblante tristemente baixou
E dos seus olhos fugiram a alegria.
Que mistério teria visto
Nas linhas da minha mão
Que em certa altura da estrada
Fez calar seu coração?
Seria a morte traiçoeira
Se espreitando na escuridão
Na minha palma tatuada
Em hieróglifos de maldição?
Ou a pior de todas as dores
A mais cruel e aflitiva previsão
A morte ainda em vida
Com nome de solidão?
Josué Basílio Oliveira
By Josué POeta