Cai a noite, silenciosa e sombria
Da minha janela fico a contemplar
Os rumores de uma triste noite fria
Com olhos marejados, alivio meu chorar
Ouvindo um piano, ao longe, a noite a ilustrar.
Qual divino encanto, toque em maestria
Abrigo sereno d’algum coração apaixonado
Que se desdobra, triste, enamorado
Como a chamar, em melodia, seu ser amado
Como uma prece de ternura e devoção.
Oh ! maestro triste em noite enluarada
Encanta-me em perfeita harmonia
Sem saber que sou eu a sua incógnita amada
Debruço-me a beber todo som com alegria
Me delicio, me embriago, docemente encantada.
Fonte, onde me abasteço para redigir
Poemas de amor a ti sempre aendereçar
Cantas nas ocultas sombras ...eu a ouvir
Roubo de ti toda emoção do teu cantar
Em silencio, sem afoite...leve sorrir
Mais um poema e uma rubra rosa
Em tua janela irei deixar.