Quanto se poderia dizer que teríamos para viver além do que tivemos?
Eu te perdoei e fui embora e você questionou minha atitude.
Mas eu precisava ir para perdoar também a mim. Eu não podia mais esperar que algo bom acontecesse
depois de uma sucessão de breus.
E talvez o medo desta escuridão fosse mais factual que o meu amor. E por te perdoar
não te levei comigo, entende?
Não houve uma desistência, mas a escolha de um caminho outro:
neste que, agora eu sei, seus passos não admitiriam trilhar
Por isso a desocupação do teu abraço:
deixei ali o meu perdão e segui para a ocupação dos meus espaços.
Guiada pelo amor? Não sei. Talvez pelo cansaço.
** Marla de Queiroz **