As redes sociais são extensão do amor, uma continuidade dos laços, o orgulho de estar numa relação de mútua admiração.
É realmente um insulto bloquear a namorada ou namorado e fingir que o importante é somente a vida presencial. Há reflexos sérios na confiança, como que estabelecendo partes da personalidade proibidas. Além do fato do excluído se achar menos merecedor da cumplicidade do que os demais seguidores.
A rejeição começa nos detalhes. Ou apagando fotos ou restringindo o contato. Tem um fetiche de tirania disfarçada na proteção da privacidade.
Todo quarto fechado lembra assombração. Basta uma porta chaveada que já tememos pelo pior.
Esconder o que se anda postando de propósito é uma tortura, gerando dúvidas e suspeitas desnecessárias.
Instala-se a paranoia ciumenta: o que não posso saber?
Qual o propósito desse terrorismo? Dar uma lição? Corrigir excessos? Só vejo prejuízos na lealdade.
O bloqueio do par como seguidor não deveria nem acontecer logo depois de uma discussão ou desentendimento. É uma atitude extrema, séria, para ser banalizada. Dificulta o andamento da conversa até para fazer as pazes.
Que ninguém mexa na autorização enquanto ambos estão estremecidos e ainda procuram uma saída. Mesmo que seja uma amizade, para não insinuar o quanto a pessoa é descartável. É um modo de penalizar publicamente quem não atendeu às expectativas.
Portanto, não é loucura de sua parte. É a sanidade do afeto moralmente ferida.
Abraço,
Fabrício Carpinejar